Comendatio Festival – Dia 2
Comendatio Festival – Dia 2

Comendatio Festival – Dia 2

No 2º Dia do festival, o dia para nós começou cedo, e depois da higiene matinal, deslocámo-nos aos cafés da aldeia de Paço da Comenda, alguns com “metaleiros” já instalados. Ouviamos de longe os primeiros soundchecks das bandas antes da abertura de portas ás 15h30, conseguimos ouvir o soundcheck dos Above the Ocean, e o seu vocalista José Saruga, a cantar Anjos e a convidar os campistas a estarem presentes a assistirem à primeira banda, que eram precisamente eles.

Above the Ocean

Pelas 16h, iniciaram então, os Above the Ocean, e se o apelo do vocalista resultou? Pareceu que sim! O festival, apesar de não estar cheio, já estava bem composto e conseguimos ver várias pessoas atentas à banda de metalcore alentejana. 

Se o José Saruga cantou Anjos, como anteriormente referi no soundcheck, esses foram transformados em demónios libertados durante uma atuação de 30 minutos, distribuídos por 6 músicas, que contou com os singles já lançados “Therapy” e “Love Song” os Above the Ocean. 

Conseguiram os primeiros mosh pits, crowd surfs e até houve direito a fãs da banda que venceu o concurso de bandas feito pelo Comendatio Music Fest, a cantar juntamente com o vocalista, que desceu ás grades próximas do público o refrão da “Love Song”.

O André Vicente, guitarrista dos Above the Ocean, que o MetalJunkBox, entrevistou recentemente, prometeu uma atuação que iria demonstrar que tinham muito para dar e cumpriram, e com certeza angariaram mais fãs para os acompanhar nos trabalhos que vêm a seguir.

Phase Transition

Perto das 17h, viria então a palco os Phase Transition, banda de metal progressivo originária do Porto. 

The Phase Transition, aproveitaram o Comendatio Music Fest, para mostrar o seu primeiro disco entitulado de “In Search of Being”, lançado a 6 de Junho, e se entre as composições que combinam muito riffs mais técnicos, com uma voz melódica da Sofia Beco, que foi a única voz feminina neste Comendatio Music Fest 2025, a estar em palco, também se destacava quando tocava o violino, dando um toque mais sinfónico a esta banda. Uma atuação que mereceu claramente a longa salva de palmas dada pelos presentes. Uma banda em ascensão no panorama da música progressiva portuguesa e que certamente tem um futuro muito risonho e vamos ouvir falar nos próximos tempos.

Lysergic

A terceira atuação do segundo dia do Comendatio Music Fest, ficou a cargo dos Lysergic, banda Lisboeta, que surgiu de um projeto a solo do guitarrista e vocalista, João Corceiro. Com passagens por bandas como W.A.K.O, Okkultist e Allamedah, apresentou o disco “Black and Blue” que a banda lançou no passado dia 27 de Janeiro, e trouxeram novamente a agressividade ao palco do Comendatio, com o seu Death Metal progressivo, onde não existem clean vocals. A banda apresentou-se em palco com 3 membros, sem baixista, mas não foi impedimento para darem uma performance sólida, que fez com que os presentes se movimentam-se e a trazer novamente o mosh pit e headbanguing, sinal que a plateia estava em sintonia com a banda. Se João Corceiro não falou muito com o público, não foi certamente algo impeditivo para não se sentir que este mesmo público não estava ligado e a gostar, e foram merecedores também de uma grande salva de palmas.

The Broken Horizon

The The Broken Horizon, foram a banda que se seguiu, a banda Espanhola, que se originou em Pamplona, em 2017, veio ao Comendatio Music Fest  apresentar o seu Metalcore, com elementos de Deathcore e Djent. Se o que caracteriza estes géneros são os riffs pesados, breakdowns, guturais agressivos e vozes também limpas e melódicas, e também muita energia, estes elementos não ficaram de fora, e para os fãs do género, com certeza ficaram deliciados e a salivar por mais, com uma atuação, tão boa, quanto surpreendente, pelo menos para a nossa parte que não conhecíamos. 

Uma atuação fantástica, com um público a sentir a energia dada por estes espanhóis, e onde entre um vocalista, que se nota que tem muito a vontade em palco e sabe puxar pelas pessoas. Prova disso foi o Wall of Death, também bem característico do metal que se fez. Simplesmente excelente!

AVKRVST

Os senhores que se seguiram foram os AVKRVST que, com o vocalista e guitarrista, Simon Bergseth, referiu, se pronuncia “AUKRUST”. Oriundos da Noruega, estrearam-se em Portugal no Paço da Comenda, e se esta estreia esteve quase para não acontecer, visto que a banda chegou apenas a 20 minutos antes de atuarem no Comendatio Music Fest, a verdade é que pelas 20h20 eles estiveram presentes, e num set que durou cerca de 40 minutos, apresentaram o seu rock/metal progressivo, que tem claramente influências em bandas como Opeth e Porcupine Tree. 

Este quintento norueguês, encantou a plateia presente, concentrada no som ambiente que os AVKRVST trouxeram a Portugal, apresentando temas dos dois albúns lançados até agora, inclusive o mais recente trabalho “Waving at the Sky”, lançado a 13 de Junho de 2025. 

Humanity’s Last Breath

The Humanity’s Last Breath foram a penúltima banda do dia e do festival, e entraram em palco ás 21h30, e com eles uma energia negra que se fez sentir. A banda sueca de Deathcore, com Djent, trouxe um dos melhores shows deste Comendatio Music Fest: as luzes coloridas em palco, contrastavam com uma atmosfera negra que se fazia sentir no Paço da Comenda. Era uma das bandas, que pessoalmente queria ver nesta edição, e as 9 músicas que tocaram, fizeram-me sentir que até foram poucas! Estava completamente em sintonia com a banda, como sinceramente a maior parte dos presentes que sentiram a “magia” que fez no palco.

Os guturais de Filip Danielsson ecoaram pela aldeia, as guitarras poliritmicas e pesadas de Buster Odeholm, que é o único membro original, e também desempenha os papéis de compositor e produtor da banda, enfeitiçaram tudo e todos. Como se diz em bom portugês? Concertão! Faltam-me ainda as palavras para descrever o que assistimos aqui, e porque melhor que falar é assistir, na próxima vez que eles vierem a Portugal, para os fãs de Deathcore, vai ser certamente um concerto a não perder, e para outros a repetir.

Comendatio Headliner: Vola

O último concerto desta edição do Comendatio Music Fest 2025, foi o da banda cabeça de cartaz, VOLA. A banda dinamarquesa, formada em Copenhaga, entrou em palco pelas 22h e deram o melhor concerto do festival, a nosso ver. 

Se os Humanity’s Last Breath, encantaram com o seu som pesado, os VOLA não ficaram atrás e até conseguiram fazer melhor. O som desta banda, que combina metal progressivo, rock alternativo, djent e bastante eletrónica, com vocais melódicos, puseram os presentes em sintonia com eles, e a cantar mesmo músicas juntamente com o vocalista e guitarrista, Asger Mygind.

Um concerto completamente diferente dos antecessores, que trouxe muito mais alegria, e um vasto rol de emoções positivas. 

Ao todo tocaram 15 músicas, entre elas Cannibal, que fez regressar ao palco, Filip Danielson, dos Humanity’s Last Breath, numa participação especial, e que surpreendentemente combinou tão bem.

Terminaram com “Straight Lines”, e muitos dos presentes cantaram em conjunto e as palmas bem audíveis ecoaram pela aldeia. 

Um concerto memorável, que misturou um show de luzes fantástico, com uma performance excelente dos membros da banda, terminou esta edição do Comendatio Music Fest 2025.

Depois de terminada esta edição do festival, pessoalmente, já que foi a primeira vez que fui ao mesmo, fiquei impressionado. Toda a organização foi fantástica, o sentimento de conexão entre bandas e espetadores, e os preços de bebidas e comidas acessíveis, em contraste com outros festivais. Vamos aguardar impacientemente pela edição de 2026, e ver o que este festival, ao qual recomendo toda a gente ir, nos traz.

O Comendatio Music Fest, pode ser um festival mais pequeno, mas garantidamente é tão grande ou maior quanto outros feitos em Portugal e na Europa. Parabéns!

Artist: Comendatio Festival - Dia 2

Reviewer: Ricardo Ferreira

Venue: Paço da Comenda

City: Tomar

Country: Portugal

Artists: Comendatio Festival - Dia 2

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