No passado dia 21 e 22 de Junho realizou-se, no Paço da Comenda, em Tomar, o Festival Comendatio Music Fest 2025, festival dedicado á música Progressiva e Moderna.
O MetalJunkBox não podia faltar a este evento e estivemos presentes para fazer a cobertura á 5ª Edição deste festival, que já teve nomes como TesseracT, Haken (ambas a estrearem-se em Portugal, no Comendatio Music Fest), como tivemos Leprous, Textures, entre outras bandas de grande nome no género músical que o Comendatio Music Fest se distingue.
Se para a edição de 2025 tínhamos grandes nomes como Ihsahn (banda solo do vocalista de Emperor) e Vola, ambos cabeças de cartaz, juntando nomes Oceans ate Alaska e Humanity’s Last Breath, estes últimos em estreia no país da língua de Camões, e como cereja no topo do bolo, os The Cost, que para quem não sabe quem é a banda, com certeza já ouviu falar do El Stepario Siberiano, baterista influencer, no Youtube e Instagram, que iria fazer o primeiro concerto de sempre, precisamente no nosso país.
Se o Comendatio Music Fest, em edições anteriores, abriu as portas a outras bandas, do nosso país, este ano não foi excepção, e é de aplaudir esta atitude que o Comendatio Music Fest tem tido, o que torna o festival sempre mais empolgante e com capacidade para trazer ainda mais pessoas á aldeia de Paço da Comenda, a cerca de 10 minutos de carro de Tomar.
Esta nossa reportagem foi feita em tons de Diário, porque queremos que as pessoas tenham um pouco da experiência que foi estar neste festival.
Pois bem, o MetalJunkBox desloucou-se para Tomar no dia 21 de Junho, de manhã, numa viagem rápida de Lisboa até Tomar (cerca de uma hora e meia), e seguidamente para o ACDSS de Paço da Comenda, local do festival, onde me desloquei de imediato para a troca da pulseira, e para a zona de campismo, que é literalmente ao lado do festival.
Pelas 15h30 foram abertas as portas do festival e fui explorar o local onde iria estar durante 2 dias. A minha primeira paragem foi o Merchandise e adquirimos uma tshirt do festival, para recordação. Pesquisei os comes e bebes e fiquei bastante surpreso pela variedade e pelos preços, até acessíveis para um festival, nada de ter que “vender um rim” para comer ou beber, algo surpreendente no que toca a festivais.
Crimson Bridge
Pelas 16h00, começava então a primeira banda, os Crimson Bridge, que foram uma das duas bandas vencedoras do concurso de bandas do Comendatio Music Fest, e logo com a responsabilidade de abrir o festival. Entre uma “casa” ainda a meio gás, a banda composta por quatro elementos, não sentiu a pressão e demonstraram-se bastante á vontade. O Metalcore, claramente influenciado, por bandas como Trivium, Bullet for My Valentine, Avenged Sevenfold, dos Crimson Bridge, durou cerca de 30 minutos, com uma setlist de 5 músicas. Claramente, são uma banda a seguir dentro do metal nacional, com um futuro muito risonho, falo isto muito pela composição, pela postura em palco, que se se mantiver num sentido de crescimento, vão alcançar certamente outro tipo de palcos tão grandes ou maiores como o Comendatio.


Yokovich
A segunda atuação do dia, ficou a cargo dos Yokovich, oriundos de Lisboa. Trouxeram um Metal Industrial, e com uma casa já mais cheia, devido a pessoas que ainda estavam a montar as tendas, ou mesmo a chegar ao primeiro dia, que animou mais a tarde que estava a ferver de calor. Sentimos também o aquecimento do público, por serem uma banda claramente mais habituada a estes palcos que a anterior, mostraram como mexer as primeiras cabeças, e o entusiasmo já em crescendo, aumentou aquando a aparição do Power Ranger vermelho para animar a festa. Esta aparição, bastante efusiva pela parte do mesmo, mereceu os primeiros sorrisos dos presentes neste concerto, não bastando o fato, este Power Ranger ainda utilizou uma tshirt da banda.


Equaleft
Pelas 17h45, vimos a terceira atuação do dia, os Equaleft, oriundos do Porto e liderados pelo seu vocalista Miguel Inglês, trouxeram com eles a energia que os distingue, e foi bastante notório no público, cada vez mais presente no recinto do Comendatio Music Fest. Com um set que demorou praticamente 50 minutos, os Equaleft agitaram o público com o seu Groove Metal e ninguém ficou indiferente. O primeiro circle of pit do festival, algo que não pode faltar num concerto de metal, foi feito neste concerto, ao qual nem o próprio Miguel Inglês pôde faltar, juntando-se aos presentes. Uma atuação tão energética como excelente, à quel com certeza os muitos fãs presentes, com as t-shirts da banda, ficaram orgulhosos de assistir. No fim ainda ouvi os relatos de algumas pessoas que foram presenteadas com umas bolachas Húngaras.


Killus
Os Killus, oriundos de Espanha, começaram a tocar perto das 19h, e para os presentes, se as suas caracterizações já antecipavam um show muito bom, com certeza ninguém ficou dececionado. O metal industrial deste quarteto espanhol, com influências claras em Rob Zombie, Marilyn Manson e Nine Inch Nails, trouxe energia, sorrisos e mosh pit para Praça da Comenda. O setlist de 9 músicas desta banda, que terminou com um cover aos Abba de “Gimme! Gimme! Gimme!”, deixou claramente os presentes a ansiar por mais. Se esta banda já teve passagens por Portugal, como no extinto VOA, e agora no Comendatio Music Fest, depois da atuação neste último, vão ser claramente uma banda sempre a considerar. Que festarola!


The Cost
Estávamos muito perto de um dos momentos mais aguardados do dia e certamente do festival, a estreia mundial da banda The Cost, liderada por El Estepario Siberiano, o famoso baterista das redes sociais, que teve já colaborações com Jack Black, Tommy Lee e Mike Portnoy. Se já se ia avistando este baterista na zona reservada a artistas, aquando a entrada dele pelas 20h10, os presentes ficaram ao rubro. Os The Cost, que vieram de Valência em Espanha, e formados não só pelo famoso baterista, mas também por Peter Connolly (Guitarra e Voz) e Chris Attwell (Baixo e programação), tocaram uma setlist de 8 músicas do seu único disco até á data, incluindo os singles “Into the Drone”, que foi logo a primeira música, “Her Eyes”, “Not for Me”, em que o vocalista Peter pediu a colaboração do público presente, e ainda um pouco antes desta “Floods”, música dedicada pelos artistas ás cheias que inundaram Valência, há uns meses atrás. No geral, foi uma atuação bastante sólida. Notou-se um pouco o nervosismo inicial, natural por ser a primeira atuação da banda, e logo num palco como o Comendatio, mas que foi bastante gratificada pelas pessoas presentes, que simplesmente se limitaram a assistir, com atenção, ao rock progressivo, com elementos de metal desta banda. Se as atenções, se centraram muito em El Estepario, sim, e de salientar a calma com que este baterista tocava, sempre com o seu cigarro e com um ar super descontraído e concentrado. Uma das bandas a ter em atenção, nos próximos anos, para os fãs do género.


Oceans Ate Alaska
Depois de uma pausa de 40 minutos, após o término dos The Cost, e já com o sol posto, pelas 21h30, começaram os Oceans ate Alaska, banda de Metalcore, Progressive Metalcore, ou como muitos preferem chamar, Djent. A banda originária de Birmingham em Inglaterra, formada em 2010, sendo que o único membro original da formação atual é o baterista Chris Turner, tocou um setlist de 10 músicas, que incluiu temas como “Metamorph”, “Hansha” e “Onsra”, um concerto cheio de cor, poliritmos , guturais poderosos e vozes limpas melódicas. As passagens entre músicas, com sons bem dançáveis, levaram a plateia do Comendatio a sorrisos, e ainda tivemos tempo para o vocalista Joel Heywood, cantar juntamente com os presentes na primeira fila. Uma atuação excelente desta banda, que regressou a Portugal, passados 7 anos depois da sua passagem por Portugal, em 2018, pelo RCA Club em Lisboa, e Hard Club no Porto, na altura para promover o álbum Hikari.
Também de destacar que esta banda cabeça de cartaz, esteve plenamente descontraida, vendo praticamente todas as atuações das bandas anteriores a eles, na zona reservada a artistas, e também esteve em pleno convívio, na zona destinada aos comes e bebes do Comendatio Music Fest, que ressalta, o ambiente descontraído e respeituoso que este festival tem entre artistas e espetadores.


Headliner: Ihsahn
Após a atuação dos Oceans ate Alaska, que terminou por volta das 22h10, fazia-se um compasso de espera, para vermos então o cabeça de cartaz, Ihsahn, mítico vocalista e frontman da banda de Black Metal, Emperor, apresentando-se no seu projeto a solo, que conta com 8 discos lançados, numa sonoridade que mistura o black metal progressivo, com elementos de avant-garde e música eletrónica. Já com a noite bem cerrada, e com o público ansiosamente á espera deste concerto, ouviu-se pelas 22h50 o intro, 10 minutos antes do anunciado, que nada atrapalhou e até admito que possa ter feito os presentes mais contentes. Ihsahn, contou com uma formação de 4 elementos, incluíndo ele mesmo, na guitarra e voz.


Este concerto foi fabuloso durante os 75 minutos em que a banda tocou, notando-se que Ihsahn, anda há muitos anos no palco, e que mesmo não falando muito soube agarrar a plateia, para um concerto completamente hipnotizante, que teve músicas do ultimo disco auto-entitulado de “Ihsahn”, como por exemplo, “Pilgrimage to Oblivion”, “The Distance Between Us” e “A Taste of the Ambrosia”. Se os elementos de Black metal, estão presentes, nota-se que a música de Ihsanh, tem muita influência na cultura nórdica, mas como o mesmo referiu no concerto, em Lenny Kravitz e Iron Maiden, tocando “Rock n’ Roll Is Dead” e “Wrathchild”, respetivamente. Um concerto também marcado por uma pequena “falha técnica”, que ele mesmo ajudou a resolver, com o mesmo “á vontade” e frieza com que continuou o concerto momentos depois, e que em nada afeta a nossa opinião que este foi dos melhores shows que esta edição de 2025 teve.
Terminava em beleza o primeiro dia do Comendatio Music Fest, que com 7 bandas e algumas pessoas mais desgastadas, inclusive nós, se deslocaram ás suas dormidas, e outras ao Camping.

Artists: Comendatio Festival - Dia 1