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1914 – Viribus Unitis

Os Ucranianos 1914 lançaram no passado dia 14 de novembro de 2025 o seu 4° álbum de estúdio com o nome “Viribus Unitis” (expressão latina que significa “Com Forças Unidas”, o lema do Imperador Francisco José I).

Começa a guerra!

A primeira faixa, War In (The Begging of the Fall), é o hino do antigo Império Austro-Húngaro (Gott erhalte Franz den Kaiser), rearranjado e executada pela banda 1914. Após isso vem uma destruição de bateria e blast beats insanos com a guitarra melódica sempre a acompanhar, a sua faixa 1914 (The Seige of Przemyśl) que fala sobre o Cerco de Przemyśl, que foi um dos maiores e mais longos cercos da Primeira Guerra Mundial, ocorrido na Frente Oriental, aborda também temáticas como o desespero e a fome o sofrimento humano e o seu colapso, colapso este que foi em março de 1915 que representa a rendição das tropas austro-húngaras.

Segue se a faixa 1915 (Easter Battle for the Zwinin Ridge)
A música aborda a Batalha de Páscoa pelo Cume de Zwinin que ocorreu em Abril de 1915 na região dos Cárpatos (atual Ucrânia). Destaca o combate brutal em condições climáticas terríveis e o sacrifício inútil de vidas humanas caídas pela montanha e também o sacrifício das tropas ucranianas, polacas e de outras minorias que lutavam sob a bandeira austro-húngara na Frente Oriental.

Nos temas 1914 (The Seige of Przemyśl) e 1915 (Easter Battle for the Zwinin Ridge) o seu Blackened Death Metal demonstra totalmente a sua brutalidade e explosão e repletas de blast beats de Igor Kovalenko acompanhados pelos riffs cortantes de Oleksa Fisyuk e Vitaliy Vyhovskyi, simulando o fogo incessante das metralhadoras.

Após a brutalidade e explosão mencionada anteriormente, o álbum segue com o tema:

1916 (The Südtirol Offensive)

O tema da faixa é a Ofensiva do Tirol do Sul (também conhecida como Strafexpedition – Expedição Punitiva) marcado pela mudança de foco e de punir a Itália por ter mudado de lado na guerra, mais uma vez refere a batalha contra o clima montanhosa e gélido, com riffs rápidos e agressivos a representar, perfeitamente, o subgénero “Blackened Death Metal”. Transmite o caos, o perigo do clima gélido e do combate em terrenos de montanha.
Uma parede de som que evoca a imagem da batalha.

O tema 1916 (The Südtirol Offensive) marca o início de uma diferença sonora no álbum “Viribus Unitis” surgem riffs lentos e melancólicos com base no Doom Metal, o baixista Armen Oganesyan demonstra o seu peso na banda.

1917 (The Isonzo Front)

A Frente do Isonzo, onde ocorreram doze batalhas entre a Itália e a Áustria-Hungria, predominantemente em 1917 (culminando na Batalha de Caporetto, ou 12ª Batalha do Isonzo).
O desgaste e o sacrifício inútil são representados pela voz de Dmytro Ternushchak, profunda, carismática e impactante, um grito de desespero.

Segue-se o tema 1918 que é composto por 3 partes:

1918 Pt. 1: Where the Bullets Fly
1918 Pt. 2: L.I.I.S.
1918 Pt. 3: ADE (A Duty to Escape)

1918 Pt. 1: Where the Bullets Fly – Aborda as grandes ofensivas finais da guerra, como a Ofensiva da Primavera Alemã (Kaiserschlacht) e a posterior Ofensiva dos Cem Dias Aliada.
A sua atmosfera rápida e caótica, representa o clíma destrutivo da guerra.

1918 Pt. 2: L.I.I.S. – “L.I.I.S.” significa “Last Innings is Sad”
A sua atmosfera melancólica e sombria, representa a desmoralização e o esgotamento do soldado a nível individual, é a aceitação da derrota.
Entra o excerto de um áudio, um discurso público do Imperador Alemão e Rei da Prússia Kaiser Guilherme II (Wilhelm II), que foi a figura central do lado alemão na guerra .

1918 Pt. 3: ADE (A Duty to Escape)- “A Duty to Escape” (Um Dever de Escapar).
Vem ao de cima o emocional, a maneira de lidar com o trauma psicológico.

O seu Doom Metal lento, negro e atmosférico, surgem vocais limpos e assombrados com a magnífica participação de Aaron Stainthorpe (My Dying Bride).

1919 (The Home Where I Died)”

A penúltima faixa de “Viribus Unitis” é o tema mais sombrio e conclusivo do álbum.
Novamente com raízes de Doom Metal em prática e com uma sonoridade bastante atmosférica, aborda o trauma pós-guerra, embora um soldado possa ter sobrevivido fisicamente à guerra e voltado para casa, a sua alma e mente foram destruídas no campo de batalha. O ano de 1919 marca o fim da Primeira Guerra Mundial. Destaque para a colaboração chave de Jerome Reuter, o vocalista da banda de Neofolk Rome.

Surge o reconhecimento que o fim da Grande Guerra não foi um final feliz, mas sim o início de um novo período de turbulência e trauma social e psicológico.

Para encerramento do álbum, a última mensagem vinda do fim da Guerra

“War Out (The End?)

É uma marcha fúnebre da época da Primeira Guerra Mundial.

Anteriormente também incluída no álbum Where Fear and Weapons Meet (2021).

Acaba a Guerra!

A banda 1914 não enaltece, nem defende qualquer ato de guerra; apenas a narram com detalhes vívidos e um peso emocional esmagador. No entanto, a banda apoia o exército ucraniano com fundos monetários a partir das tours realizadas e realizam sensibilizações perante situações ocorridas durante a guerra.

Artists: 1914

Gonçalo

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