Na última sexta-feira dia 2 de Maio o RCA Club em Lisboa recebeu a tour Slashing Europe capitaneado pelos belgas dos Aborted e que conta com a participação das brasileiras Crypta, dos norte-americanos The Zenith Passage, e dos neozelandese Organectomya. Nós estivemos por lá para conferir esta ode ao metal extremo em um RCA com bilhetes esgotados e um clima hostil no melhor sentido da palavra!
Conforme combinado os Organectomy subiram ao palco as 19:50 pontualmente, e confesso que poucas vezes vi um concerto em que logo na primeira banda a casa já estava bem composta. Com uma sonoridade brutal como todas as bandas da noite calcado em um death metal inserindo doses cavalares de slam, o público presente já começou cedo os trabalhos com um circle pit honesto para uma banda que surpreendeu e muito pela positiva e que fez abanar as portas do RCA.
Confesso que gosto destas tours em que se juntam quatro ou cinco bandas em que cada uma tem entre 40 e 60 minutos para destilar todo o seu talento, ficamos sempre a conhecer bandas novas que acabam ficando no nosso radar sonoro. Este foi o caso da banda norte-americana The Zenith Passage que estreou em Portugal com o seu death metal extremamente técnico, inserindo influencias do progressivo com músicos altamente preparados como a dupla de guitarristas que são avassaladores, nota-se que a banda não tem baixista e mesmo assim nem notamos a falta nesse caso.
Apresentando o seu mais recente trabalho de 2023, o álbum Datalysium os The Zenith Passage se dedicaram naturalmente a ele tocando ao menos cinco faixas nos pouco mais de quarenta minutos de atuação. Das quatro bandas da noite, sem dúvidas foram a banda com uma sonoridade mais complexa construído camadas e atmosferas coesas e bem definidas que fatalmente atraíram o público presente que nesta altura já estava em peso.
As 21:25 o RCA já estava a pinha, muita gente foi mesmo para conferir Crypta, banda brasileira composta exclusivamente por mulheres, que sempre traz a sua poderosa fusão de brutalidade, precisão técnica e presença de palco marcante, um detalhe importante é que depois do concerto ficamos a saber que a vocalista e baixista Fernanda Lira passou mal durante o concerto e nos dias a seguir, algo que honestamente não sentimos em nenhum momento tamanho o total profissionalismo e garra de Fernanda.
O concerto das meninas é sempre feito com muita entrega e carisma , e já começaram com os dois pés na porta com a já clássica “Death Arcana”, do álbum de estreia Echoes Of The Soul, com um set list curto com 8 faixas elas escolheram só as mais agressivas como “The Other Side of Anger”, “Stronghold” e “The Outsider” estas pedradas já do segundo álbum Shades of Sorrow lançado em 2023. Esta mescla muito bem-feita entre o death metal clássico do final dos anos 80, com toda a modernidade e as raízes de brasilidade como costumamos dizer que a banda insere, dão uma identidade pessoal natural e que ao vivo se destaca mais ainda.
Destaque para a nova guitarrista Helena Nagagata que entrou pouco antes da tour e já segura de forma primorosa não só a parte técnica, riffs e solos incriveis como a postura em palco, como podemos ver na espetacular “Under the Black Wings” em que tanto Helena como Tainá Bergamaschi entregam um trabalho de guitarras sensacional. Fecharam a noite com a mais conhecida “From the Ashes” já se sentindo jogando em casa. Em uma das interações de Fernanda com o publico presente , ela disse “Existem duas certezas na vida, que vão sempre regressar a Portugal, e que o publico Português nunca ira decepcionar” , outra verdade absoluta é que o concerto das Crypta também nunca irá decepcionar , palavra de quem já as viu três vezes em Portugal.
Em meio a polémica vivida nestes últimos dias , devido à saída abrupta de Ken Bedene, baterista da banda desde 2010, afastado por acusações terríveis de assédio a uma menor de idade, e a entrada rápida do incrivelmente talentoso Kévin Paradis, um dos bateristas mais respeitados do death metal técnico europeu, os Belgas subiram ao palco do RCA deixando claro que tudo isso faz parte do passado.
Com poucos minutos de atraso, e um RCA completamente lotado sem espaço para uma agulha os Aborted provaram pôr a + b o motivo de serem uma das maiores bandas de death metal deste Planeta. Com uma atmosfera e iluminação trevosa e sombria a banda já começou soltando os cachorros com duas malhas devastadoras “Dreadbringer” e “Retrogore” que transformaram a sala em caos de brutalidade com direito a festivais de circle pit, stagediving e crowsurfing intermináveis a cada pancadaria que os veteranos belgas soltassem, “Brotherhood of Sleep” e “Infinite Terror” outras duas porradas do ótimo álbum mais recente Vault of Horrors, um dos principais destaques de 2024 continuaram a deixar o público presente louco.
Outro destaque para Kévin Paradis que realmente é uma maquina imparável e incansável, um dos grandes bateristas da atualidade, um acerto absoluto dos Aborted. Outro destaque é sem dúvidas o líder da banda , o frontman Sven “Svencho” de Caluwé que demonstra uma presença de palco avassaladora, e só para durante alguns segundo para dar um gole na sua cerveja ao final de cada música. Com um ambiente fantástico outros petardos como “From a Tepid Whiff”, “Threading on Vermillion Deception” e “Hecatomb” que finalizou uma noite de brutalidade, agressividade e caos no melhor sentido da palavra, com o público suado, extasiado e aplaudindo de pé os Belgas que entregaram tudo e mais um pouco em uma noite memorável.
Agradecimentos : Hellxis
Artists: Aborted
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