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Dead Fish no Musicbox Lisboa 2024

Há exatos 359, a banda de hardcore de Vitória, ES, regressa a Lisboa, mas diferente da ultima vez, onde o intuito da visita era desbravar a terrinha lusitana com a tour de 30+1 anos de carreira, Dead Fish regressa a Lisboa para divulgar o seu mais novo álbum, Labirinto da Memória.

Lançado em 12 de Janeiro de 2024, o mais novo álbum do Dead Fish chega com uma proposta mais voltada ao “hardcore melódico”, como o próprio vocalista Rodrigo Lima chegou a descrever em entrevistas em diversos canais de comunicação. 

Embora tenha estreado em palcos portugueses no ano passado, podemos afirmar com categoria que o Dead Fish quando toca em Portugal joga em casa, tamanho é a simbiose entre público e a banda , que veio dessa vez com a sua formação completa: Rodrigo Lima (vocal), Marcos Melloni (bateria), Ric Mastria (guitarra) e Igor Tsurumaki (baixo).

Novamente o Musicbox, na famosa Rua Rosa, em Lisboa, foi escolhido para os dois dias de evento, a noite de sábado estava quente e o público animado. Antes do show ter início, Rodrigo estava na banca de merch ajudando nas vendas e conversando com os fãs, tornando tudo uma experiência digna de um show que a comunidade underground gosta. Com alguns minutos de atraso do que estava planejado, o show da Dead Fish teve seu início sem muitos rodeios. O show começou com “A Urgência”, do álbum Zero e Um, de 2004, que já veio pra deixar um gostinho na boca de quem ainda não tinha certeza de ir no show do dia seguinte, que foi totalmente em comemoração aos 20 anos do álbum.

Com uma bandeira da Palestina ocupando o seu espaço em cima de uma das caixas de som, o show seguiu com outras canções de diferentes álbuns como Contra Todos (2009) , Ponto Cego (2019) e Afasia (2005).

Já na metade do show, o publico pode vivenciar momentos de discursos caloroso de Rodrigo, ve-lo usar o boné do MST de um dos fãs da plateia para cantar a musica que carrega o mesmo nome, mas também momentos engraçados como o vocalista soltando um belo e singelo “foda-se” no bom e velho estilo portugues, uma palinha improvisada de Thriller do Michael Jackson com direito ao grito “aqui é Michael Jackson, rapá” seguido logo da guitarra e bateria puxando na velocidade o proximo som. O show foi repleto de momentos marcantes assim, para os fãs que estão tão longe e que precisaram esperar um ano para reviver toda essa energia. A casa cheia cantando em coro “Venceremos” foi um desses momentos.

O show encerrou com Afasia, seguida de Sonho Médio com a certeza de que mesmo jogando em “casa” a banda capixaba sempre que passa por Portugal cativa cada vez mais emigrantes brasileiros que matam a saudade de seu país com as letras diretas, honestas e sinceras do Dead Fish e portugueses que se encantam com a maior banda de hardcore do Brasil.

André Alonso

Formado em Rádio e TV, cofundador do Metal Junkbox, louco por música e todos os seus aspectos e possibilidades, e viciado em shows, sejam eles Mainstream ou Underground. Participo ativamente das resenhas de álbuns e shows e da curadoria de bandas no Metal Junkbox. Sou apaixonado pela cena underground e por apoiar bandas que precisam de um espaço para apresentar seu trabalho da forma mais honesta e sincera possível.

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