No passado dia 21 de dezembro, a Hellxis Agency encerrou o ano de 2025 de forma avassaladora, trazendo à capital os consagrados Sinister. Sendo uma das bandas mais influentes do Death Metal europeu, os neerlandeses fizeram-se acompanhar, nesta minidigressão pela Península Ibérica, pelos espanhóis Infernal Hate, pelos alemães Helldrifter e pelos também vizinhos espanhóis Insaniam, com o seu autointitulado “Psychotic Horror Metal” como os próprios se intitulam. Apesar da noite gélida, os fiéis seguidores do Death Metal Old School deslocaram-se ao RCA Club para assistir a um espetáculo letal e impiedoso.
Infernal Hate, oriundo das Ilhas Canárias, é um trio constituído em 2000, que já lançou quatro álbuns de estúdio. A formação — composta por David Medina no baixo, monstro na bateria e voz principal, e Seven Garcia na guitarra e vozes secundárias — apresentou um Death Metal com um groove acentuado. A intensidade e o peso marcaram a atuação, em que se destacaram os guturais do baterista Monstro, que alterna entre tons profundos e vozes limpas mais rasgadas, com intensidade e peso extremos, mantendo uma execução física extrema — algo raro de presenciar. Com o apoio da guitarra de Seven Garcia, bastante estilo “Death Metal” cheia de groove a encher a sala com um som esmagador, com alguns breakdowns eficazes que chamam a atenção do público, a banda garantiu um excelente início de noite.
Helldrifter é a segunda banda da noite diretamente de Stuttgart, sul da Alemanha, formada em 2018 com 2 álbuns de estúdio constituídos por Felix Axegrinder no baixo, Kevin “Guenni” na bateria, Bem Hilpert e Vasilis Minopoulos nas guitarras e por último, uma das peças fundamentais da banda, Billy Kolins, nos vocais.
Apresentam o seu Thrash/Death Metal com riffs rápidos e agressivos, por vezes, mas com contornos melódicos. Os vocais de Billy Kolins, baseados no vocal típico do Death Metal de Gotemburgo, marcado pelos seus “screams” rasgados, marcaram uma forte presença em palco “puxando” pela plateia constantemente através da sua agressividade com bastantes solos rasgados de guitarra.
Destaque para o tema “Deception” onde o público entusiasma-se cada vez mais, abre-se espaço e começa a agressividade na “mosh”, seguido do tema Martyrs Of a Dying Age, dos mais rápido e mais violentos, a sua sonoridade mais Death metal com um excelente solo de guitarra e uma bateria com bastante Groove, alguns solos de guitarra nota-se a inspiração em bandas de Death Metal Melódico Sueco. O seu último tema marca a presença de algo mais do estilo Trash, a bateria e guitarra muito ritmadas e rápidas, o vocalista puxa pelo público numa parte mais melódica do tema e repentinamente surge novamente o peso da sua guitarra bateria ritmada acompanhada pela guitarra de Bem Hilpert e Vasilis Minopoulos. Uma banda “recente” que mostra que tem muito ainda para acrescentar aos seus fãs e ao Death Metal em geral.
Insaniam a terceira banda da noite diretamente de Albacete (Espanha) um dos convidados mais surpreendentes formados em 2013, contam com “Phsyco” e “Hymna” no baixo, “Anxxiet” e “Vacuous” nas guitarras, “Theryan” na bateria e “Neuros” nos vocais levam na sua bagagem 3 álbuns de estúdio, apresentaram-se em palco sem um dos seus baixistas neste caso sem a presença de “Phsyco”.
Intitulados como “Psychotic Horror Metal” surgem em palco com um visual bizarro e aterrorizante com máscaras grotescas entre os anfíbios e os insetos com destaque para a máscara do baterista algo aterrorizante estilo leporídeo, todo o visual faz com que o público fique vidrado, pois mesmo usando inúmeras bandas a fazer as suas performances com máscaras, os Insaniam apresentam algo totalmente diferente.
Uma fusão inspirada em várias vertentes dentro do metal, mas principalmente Death e Black Metal são os estilos que representam, distinguem-se com o seu estilo muito próprio marcado não pela extrema velocidade e agressividade como as bandas anteriores, mas sim pela intensidade e misteriosidade que emana do palco. Os vocais de Neuros com influências oriundas do Black Metal com rouquidão de fundo e poder de projeção vocal são totalmente percetíveis nas suas temáticas acerca de desordens mentais algo sádico.
Um dos momentos mais emblemáticos ocorre no tema “Homo insecta”, onde o vocalista desce do palco e, com toda a sua estranheza, vaga entre a multidão, oferecendo minhocas secas ao público. Em alguns temas, nota-se a influência atmosférica. No seu penúltimo tema apresentam uma bateria intensa e guitarra rápida e rasgada com uma sonoridade “Black Metal” total.
A marcar o seu regresso a Lisboa, após a sua passagem pelo Hardmetalfest, em Mangualde em janeiro de 2024. Os Sinister, a última banda mais esperada pelo público diretamente de Schiedam, sul da Holanda, formados em 1988, contam com 14 álbuns de estúdio. Na sua bagagem, há álbuns como Cross the Styx (1992), Diabolical Summoning (1993) e Hate (1995) que se tornaram clássicos do Death Metal e uma carreira com quase 40 anos de êxitos, uma banda lendária do Death Metal Old School.
Composto por Walter Tjwa na guitarra, Stefano Rumich na bateria e pelo único membro original, o mestre dos guturais intensos Aad Kloosterwaard, que também foi o baterista das lendas do death Metal Sinister entre 1988 e 2003, conta ainda com Alesa Kloosterwaard no baixo, apenas ao vivo. O impacto foi imediato: um Death Metal pesado e “à moda antiga”, as lendas do Death Metal entram no palco do RCA Club e começam com o baixo bem presente, sente-se um peso extremo que passa instantaneamente do palco para o público.
Os seus gutrais intensos e graves marcam bem a presença de um Death metal avassalador, surgem solos totalmente bem executados, dissonantes e cativantes. No tema Sadistic Inten,t um dos mais consagrados da sua discografia, a violência instalou-se no recinto. A crueldade, tortura e blasfémia são temáticas bem presentes tanto neste tema como na carreira de Sinister. Os seus guturais intensos e graves, surge num solo totalmente bem executado e dissonantes acompanhados de blast-beats insanos que causa o caos no público.
A presença do baixo de Alesa Kloosterwaard aumenta o peso e o público adora a presença do álbum Diabolical Summoning, um dos mais consagrados no Death Metal. Provavelmente, um dos lemas dos Sinister é se sentir confortável com a violência. Essa violência ressoa em cada riff a cada segundo, espalhando-se por todos os presentes no local. O público e a banda se incentivam mutuamente, elevando a intensidade. O carismático Aad Kloosterwaard interagiu com a plateia, afirmando que o público português era o melhor da digressão, reforçando o ambiente infernal e intenso que se vive no metal extremo em Portugal.
A velocidade de grande parte dos temas é insana, mas surgem temas mais lentos, porem com um groove, temas esses dos seus álbuns mais recentes como, por exemplo, Necrophobic e Convulsion of Christ marcam a diferença de registo para os seus primeiros álbuns, mas continuam letalmente avassaladores e trazem a missão impossível de qualquer fã presente não abanar a cabeça e sentir a agressividade do Death Metal a correr pelas veias.
Para encerrar a noite, a banda realizou um “encore”. A banda sai de palco, o público grita e pede mais demolição, momentos depois regressa para o seu último tema da noite, Diabolical Summoning um dos mais esperados pelo público, peso máximo que sente por toda a sala, um exemplo da verdadeira essência do Death Metal para terminar a noite na perfeição, foi o expoente máximo de agressividade, terminando o espetáculo na perfeição.
Uma setlist bem composta com temas que fazem qualquer fã de Death Metal ficar atento, desde o mais antigo até o mais recente álbum, que percorreu 37 anos de história. Totalmente bem representados, demonstrando o motivo de ser uma das mais consagradas bandas de Death Metal, um concerto insano.
Artists: Sinister
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